Arara Azul | biojornal

Arara-azul-grande (Anodorhinchus hyacinthinus)

Por José Luiz Grazia

Em uma viagem que fiz ao Mato Grosso do Sul, em dezembro de 2012, pude observar e registrar algumas aves que não são comuns na região sudeste, como a belíssima Arara-azul-grande que no sudeste, só pode ser encontrada no estado de Minas Gerais, na região do médio São Francisco.

Na cidade de Bonito – MS, ao fazer um passeio ecológico em um lugar de belas cachoeiras, tive meu primeiro contato com as Araras-azuis, Araras-vermelhas e Araras-canindé em vida livre, e foi bem emocionante vê-las aos bandos, voando e gritando por todos os lugares, e pude ter uma delas pousada em meu braço, o mais interessante é que não era uma ave de cativeiro, simplesmente estava acostumada a descer das árvores e pousar nos visitantes para comer coquinhos e frutos em suas mãos, se sentiam seguras, pois há muito tempo convivem com o turismo na região, são protegidas e seu habitat é preservado.

Infelizmente a espécie está seriamente ameaçada de extinção, o comércio ilegal é a principal causa, outras espécies de araras-azuis já foram extintas, no pantanal 90% dos ninhos são feitos em uma única espécie de árvore, o manduvi (Sterculia apetala) e por isso existem programas de conservação, cuja principal atividade é o plantio de manduvi.

A espécie foi descrita por Latham em 1790, pertence à família Psittacidae da ordem Psittaciformes, torna-se madura para reprodução aos três anos de idade, e sua época reprodutiva ocorre entre novembro e janeiro. Convive com os pais até um ano e meio de idade aproximadamente, quando começa a se separar da família gradativamente, mede cerca de 98 cm de comprimento e pesa em geral 1,5 kg.

No Mato Grosso é chamada de arara-preta, mas também é chamada em outros estados de arara-una ou arara- hiacinta. É encontrada também na região amazônica, em Goiás (Rio Tocantins), Bahia (alto rio Preto), sul do Piauí (Corrente), Maranhão, Pará (Transamazônica e leste do estado) e Amapá (próximo ao rio Amazonas).

Quando se avista essa ave de coloração azul intensa, base do bico e anel ocular amarelos e caudas negras, jamais se esquece, pois sua beleza é ímpar, considerada a gigante das araras, é a maior representante da família das araras.

Em 1988 a população era estimada em 2.500 indivíduos, mas devido aos programas de conservação e combate ao tráfico, em 2010 já eram 4.000 indivíduos, e em 2014 subiu uma posição na lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), passando a ser classificada como vulnerável, o que não deixa de ser uma vitória na luta pela conservação da espécie.

Em breve pretendo compartilhar com os amigos leitores do BioNews, mais duas espécies de araras igualmente lindas e fascinantes, as araras Vermelha e Canindé.

Forte abraço a todos!