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Terra, Planeta Água

  • biojornal
  • 26 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Foto: Reprodução

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Por: Fernando Hottum

Não podemos afirmar se o micro reproduz o macro, ou vice versa, mas que ambos comungam sistemas coerentes e similares podemos observar com facilidade. É verdade, por exemplo, que cerca de 70% do nosso planeta é composto pelas águas oceânicas, assim como cerca de 70% do corpo de um humano adulto é composto por água (conforme a idade esse percentual oscila no organismo humano), a maioria dos seres vivos reproduzem este fato de serem compostos por água.

Na Grécia antiga, Heródoto (485-424 antes de Cristo), estudava os ciclos da água, sua condensação e infiltração; Anaxágoras (500-428 antes de Cristo) entendia a importância da chuva para o equilíbrio do sistema hídrico do planeta. A partir do século XX a tecnologia vem trazendo mais precisas informações sobre o ciclo da água, permitindo antecipar às vezes com um ou mais anos, fenômenos climáticos que estabelecerão mudanças hídricas e climáticas em regiões específicas do planeta, além de um mapeamento dos movimentos das águas pelo planeta.

Hoje sabemos que a Terra conta com 2,6 % de água doce, distribuída desigualmente nos diversos continentes, e que 76,6% desse volume de água doce se encontra na forma sólida (gelo) nos polos e nas montanhas mais altas, estando apenas 23,1% do total do volume de água doce na forma líquida: cerca de 0,005% em rios, 0,28% em lagos e 22,81% em lençóis freáticos.

Isso torna a água doce extremamente rara, principalmente na proporção em que a população mundial se multiplica. Será que podemos considerar, então, a água como um RECURSO, ou como um BEM ?

Estatísticas mostram que do volume total da água doce utilizada num país como o Brasil, 70% é aplicado na irrigação agrícola, 23% na produção industrial e 7% no consumo familiar com higiene e alimentação. A quase totalidade dos alimentos vegetais comercializados no Brasil, provêm da agricultura irrigada. Portanto, é mais cabível do que nunca definirmos qual será nossa relação com a água: ela será um bem, ou um recurso ? Se a opção da civilização for pela qualificação da água como um BEM, ela poderá ser privatizada, como já propôs recentemente o administrador de um poderoso Grupo que vem, desde os anos 1990, adquirindo fontes de águas minerais em todo o mundo. Se optarmos pela água como sendo um recurso, o comportamento humano precisará mudar. A exploração econômica prioriza o lucro, mesmo que em detrimento da preservação e do planejamento sustentável, pois vê o bem como um meio de enriquecimento econômico, dissociando essa prerrogativa no contexto global que poderia ter. A Espanha “privatizou” o sol, recentemente, quando estabeleceu que para se captar energia solar numa casa, por exemplo, deve-se pagar imposto por utilizar tal recurso, ao governo. Para a Espanha, o Sol passou a ser um bem. Se fosse um recurso, natural, livre, desimpedido, não faria o menor sentido cobrar para utilizar sua energia. É claro que no contexto econômico, a água já é engarrafada, vendida. Você compra, ou espera estar comprando, qualidade. Mas, se não houvesse poluição dos rios, lagos e lençóis freáticos, educação ecológica, ela não seria transformada num BEM, que poderá ser facilmente, em futuro não distante, protagonista de disputas e divergências entre Estados, entre Países, entre Continentes, assim como o petróleo sempre foi.

O Brasil detém algumas das maiores bacias hidrográficas, algumas das maiores reservas hídricas do planeta, mas ininteligivelmente estamos às margens de rios e lagos sendo assoreados, sistemicamente poluídos e desprotegidos da vegetação ciliar que os preserva; lençóis freáticos comprometidos por substâncias agrotóxicas e industriais de alto poder destrutivo.

“O orvalho das plantas, a evaporação do mar, as nuvens de chuva, neve granizo...a água vive passeando pela natureza” (1), o ciclo vivo da água está presente em toda parte, desde a evapotranspiração de uma pequena planta, à que é feita abundantemente pelos oceanos e levada pelos ventos ao interior dos continentes e se precipita nas chuvas, que, mais cedo ou mais tarde retornam aos mares, pelo fluxo contínuo dos rios ou mesmo por novas evaporações que formam nuvens de deságuam nos mares. O que se contamina aqui, agora, reflete-se noutro lugar, agora ou mais à frente. Estamos livres para construir agora, mas obrigados a colher depois, mais à frente.

 
 
 

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