SANEAMENTO, O BÁSICO INEXISTENTE:
- José Luiz Grazia
- 23 de abr. de 2015
- 5 min de leitura

Está claro que a deficiência nos serviços públicos prestados no Brasil com relação ao saneamento básico, é um problema que atinge grande parte da população, pois pouquíssimas são as cidades que contam com um serviço eficiente, e geralmente quando o têm, esses não são oferecidos para toda a população, as periferias das cidades são comparadas às cidades da época da idade média, a Roma antiga, e isso é uma vergonha. Muitos desses problemas poderiam ser resolvidos com um pouco mais de vontade política, porém não o são, pois saneamento não é um assunto que rende votos, como construções de pontes, estradas ou qualquer outro tipo de obra mais visível, infelizmente a ignorância de um povo sem instrução, faz com que sejam valorizadas obras que aparecem, que criam caos urbano para serem feitas, que mexem com a rotina diária das pessoas, essas sim, bem ou mal, aparecem e fazem com que se pense que aquele político está trabalhando em prol da população.
Segundo o IBGE, ainda hoje em pleno século XXI, cerca de três milhões de pessoas em nosso país não dispõem de banheiros em suas casas, não existem sistemas de captação de esgoto, e quando existem, muitas vezes o mesmo não é destinado ao tratamento, fazendo com que seu destino seja os cursos d’água mais próximos, contaminando essas águas e consequentemente o meio-ambiente, o país não investe em planos de ação a longo prazo para que em um futuro próximo, possamos estar mais próximos do controle e quem sabe da erradicação de diversas doenças relacionadas a essa questão.
A realidade de muitas cidades é o convívio com águas poluídas, onde principalmente crianças de baixa renda, são vítimas do descaso, convivem com lixos, brincam e nadam em rios, lagos e regiões costeiras que recebem dejetos humanos, e dividem espaço com ratos e outros vetores de doenças parasitárias. O índice de mortalidade infantil é alarmante, segundo a ONU uma criança morre a cada 20 segundos em todo o mundo e dois bilhões e meio de pessoas não têm acesso à infraestrutura de saneamento básico, mais de um bilhão de pessoas defecam em áreas abertas, e um milhão e meio de mortes poderiam ser evitadas por ano, se houvessem investimentos eficientes em saneamento básico.
A falta de saneamento básico permite o desenvolvimento de doenças tanto parasitárias quanto infecciosas, como a celostomíase, a ascaridíase, cólera, doenças diarreicas, febre amarela, hepatites, dengue, malária, leptospirose, peste bubônica e doenças respiratórias. Segundo a OMS 200 mil trabalhadores se afastam do trabalho por ano devido a problemas de saúde relacionados com a falta de saneamento, e o problema, que é gravíssimo, poderia ser minimizado com investimentos que, conforme estudos do órgão, a cada real investido em saneamento, quatro reais seriam economizados em tratamentos de saúde.
A falta de rendimento escolar e o baixo grau de escolaridade estão diretamente ligados à falta de saneamento básico, bem como o desenvolvimento de doenças parasitárias. Nas regiões onde o problema da falta de saneamento é mais evidente, existe maior deficiência no rendimento escolar, que chega a ser 18% inferior em relação à população que conta com esses serviços, e maior taxa de incidência das doenças.

A falta de saneamento básico permite o desenvolvimento de doenças tanto parasitárias quanto infecciosas, como a celostomíase, a ascaridíase, cólera, doenças diarreicas, febre amarela, hepatites, dengue, malária, leptospirose, peste bubônica e doenças respiratórias. Segundo a OMS 200 mil trabalhadores se afastam do trabalho por ano devido a problemas de saúde relacionados com a falta de saneamento, e o problema, que é gravíssimo, poderia ser minimizado com investimentos que, conforme estudos do órgão, a cada real investido em saneamento, quatro reais seriam economizados em tratamentos de saúde.
A falta de rendimento escolar e o baixo grau de escolaridade estão diretamente ligados à falta de saneamento básico, bem como o desenvolvimento de doenças parasitárias. Nas regiões onde o problema da falta de saneamento é mais evidente, existe maior deficiência no rendimento escolar, que chega a ser 18% inferior em relação à população que conta com esses serviços, e maior taxa de incidência das doenças.
Antigamente a expectativa de vida era muito menor, se comparada aos dias de hoje, mesmo entre as famílias mais ricas e nobres da antiguidade, a falta de cuidados com a higiene favorecia o surgimento de doenças, e consequentemente a expectativa de vida era menor, hoje o quadro mudou entre as faixas de população com mais instrução e acesso à informação, e cuidados com a higiene e saneamento são fatores que influenciam diretamente no aumento dessa expectativa, porém em muitas regiões que não contam com infraestrutura de saneamento básico, as crianças principalmente convivem com uma realidade similar à de países muito pobres e subdesenvolvidos, em meio ao lixo e às águas contaminadas que acabam servindo para a pesca, banho e contato direto, essa expectativa de vida pode ainda ser comparada com a que se observava na antiguidade.
A falta de fiscalização, bem como a falta de projetos e ações eficazes por parte das autoridades, no sentido de se combater essa condição de vida de muitos, nos dá uma triste noção do descaso e falta de interesse em resolver os problemas da população, a degradação do meio ambiente e as condições precárias em que vivem milhões de brasileiros, a falta de higiene diária e de cuidados básicos, agravam este quadro e faz com que as complicações na saúde sejam uma constante.
Exemplos como mostrados pela cidade de Santos, no litoral paulista, onde vivem 400.000 habitantes aproximadamente, que ao longo dos tempos veio investindo em soluções na área de saneamento básico, contrastando com sua vizinha, a cidade de São Vicente, tão deficiente nessa área, e com uma faixa litorânea tão degradada, são um reflexo do que podemos conseguir quando se há ou não uma preocupação real com a solução de problemas dessa natureza.
A informação é uma importante aliada no combate às doenças, em áreas mais pobres e degradadas, a mortalidade infantil é um problema evidente, e segundo a UNICEF poderia ser reduzida em até 44% com o simples ato de lavar bem as mãos antes de pegar no colo um recém-nascido. Criar hábitos de higiene simples como antes de manipular alimentos, manter uma higiene pessoal básica, evitar o contato com águas de procedência duvidosa ou nitidamente contaminadas, reduziria muito a incidência de doenças parasitárias e infecciosas.
É um absurdo que em um país como o Brasil, 45% dos municípios não tenham uma rede coletora de esgotos, e continuam poluindo rios, lagos e lagoas, causando enorme impacto para o meio ambiente, e consequentemente para a saúde e educação. O acesso da população à água tratada, à rede de coleta de esgotos, ao tratamento desse esgoto e serviços de saúde gratuitos e de qualidade, deveriam ser o mínimo que uma população pudesse contar, principalmente quando sabemos que grande parte das doenças que assolam esse país são de origem hídrica.
Não deveríamos conviver com a volta de doenças que já foram epidemias, e hoje voltam a nos preocupar, o saneamento básico é uma importante ferramenta de inclusão social, é inadmissível que um país tão rico, seja comparado aos países mais pobres do mundo, quando a questão é saneamento básico, e se digo país rico, o digo com propriedade, pois somos roubados descaradamente desde o Brasil Império, e nossas riquezas não acabam, não podemos ignorar esse fato, enquanto mantivermos no poder público, homens que se preocupam apenas no enriquecimento próprio, e não com sua população, e favorecem as grandes empresas e multinacionais que só querem explorar o povo e suas riquezas, seremos sempre um país de terceiro mundo, ignorante e doente.
Comments